TERRITORIO EXPANDIDO

Europa

Alexandre Almeida, Carla Andrade, Gentil Barreira, Luís Barreiro, Carla Cabanas, Tiago Casanova, Paulo Catrica, Luis Díaz Díaz, Daniel Díaz Trigo, Eva Díez, Inês D’Orey, Luísa Ferreira, Chico Gomes, Berto Macei, Angela Moraes, Marta Moreiras, Celso Oliveira, Jarbas Oliveira, Sheila Oliveira, Silas de Paula, Jose Romay, Sandra Rocha, Tiago Santana, Nívia Uchôa, Damián Ucieda, Pauliana Valente Pimentel e Valter Vinagre.
Curador: Vítor Nieves
Asistencia curatorial: Ângela Ferreira e Patrícia Veloso
Deseño expositivo: Xosé Lois Vázquez e Vítor Nieves
Apoio: Área de Cultura da Deputación da Coruña
 
 
ITINIERANCIA:
 
A Coruña (Galiza): Parrote

do 22 de abril ao 22 da maio de 2016.

 
Braga (Portugal): Praça da República
festival Encontros da Imagem

do 6 de Setembro ao 8 de Outubro de 2016.

+info: territorioexpandido.gal
Exposición no Parrote da Coruña.

Este projeto nasce com o objectivo de visibilizar a fotografia galega fóra das nossas fronteiras administrativas assim como para pôr em circulaçom aqui ensaios fotográficos que na maioria dos casos, malia ter um longo percorrido internacional, ficam fóra dos circuitos oficiais. Nasce, ademais, ao abeiro do festival Outono Fotográfico, que na última época tem expandido o seu território por diversos caminhos que tratam de posicionar a criaçom fotográfica galega a nível internacional.

Na Galiza, estando onde estamos, e levando a mochila da história que levamos, seria impensável nom aproveitar as sinergias e os laços que nos unem aos países cos que partilhamos a fala. Malia a isso veu-se fazendo orquestrada e repetidamente por parte dos distintos agentes que “ordenam” a arte contemporânea, á vez que se iam ateigando frustraçois naquelas colaboraçois que nunca frutificam ou, pelo menos, que nom se alongam no tempo, por tentar impor-nos parcerias com agentes aparentemente em consonância territorial ou impostadamente cultural, mais sem história alguma em comum. 

Na ediçom de 2015 dos Encontros de Agosto, que se celebra cada ano na cidade de Fortaleza no estado brasileiro do Ceará, o Outono Fotográfico foi o festival estrangeiro convidado, feito que permitiu a exposiçom de nove ensaios de artistas da Galiza que ocuparam o Museu da Indústria baixo o mesmo nome Teritório Expandido, e que foi pilar fundamental da programaçom do festival nordestino. Sumava-se assim um parceiro internacional mais aos que o festival galego tem.

Aquela açom além mar vem a ter uma resposta deste lado do Atlântico na cidade da Corunha, desta volta com a implicaçom de três festivais internacionais de fotografia. Ao Outono Fotográfico e aos Encontros de Agosto une-se agora os Encontros da Imagem de Braga, festival de longo percorrido e que tem sido crucial para o desenvolvimento da fotografia no eido contemporâneo em Portugal. O festival português, ademais de ser parceiro do galego desde há anos com uma relaçom que goza duma muito boa saúde, foi o festival convidado nos Encontros de Agosto na ediçom de 2014.

Ao plantel de artistas que expuseram em Fortaleza unem-se para o Território Expandido da Corunha 18 artistas do Brasil e de Portugal, tratando de mapear a fotografia contemporânea nos três países.

Partindo de visois particulares bem diferenciadas vai-se criando um discurso unificador que explora os diferentes jeitos de proceder na criaçom fotográfica atual, e que mostra como os e as galegófonas habitamos o espaço, documenta a relação que temos com o território e fala da nossa identidade, que aliás nom é uma maneira isolada pois é comum a toda uma cultura da galeguidade que exportamos ao mundo e que deu em se chamar noutros pontos do mundo lusofonia ou brasilidade.

Os conceitos de território e identidade estám muito unidos. Entendendo território como o conceito referido á paisagem intervinda pelo humano, ou á contorna natural humanizada, o que descreve e interpela transversalmente a identidade do povo que o habita. Uma identidade condicionada por uma história que marca completamente o jeito de estar no mundo, e portanto torna-se visível em tudo quanto fazemos, também na arte.

Debaixo do guarda-chuvas do Território Expandido encontramos 27 obras que saem de ensaios muito diferentes artelhados desde a Galiza, Portugal e o Brasil, mas que ao junta-las para que dialoguem entre elas nom somos quem de definir em qual geografia foram feitas.

A seleçom das autoras galegas quere ser um representaçom do panorama atual, assim, entre os/as artistas selecionados estám os quatro prêmios Galicia de Fotografía Contemporánea. Daniel Díaz Trigo debulha uma história própria tirada do seu caminho vital que mistura neste documental-ficção com a história familiar e a história da sua comarca onde a ditadura franquista foi muito dura conseguindo mudar tudo, até as construçois e os modos de vida.

Berto Macei trabalha num circo com um particular ponto de vista e com a gramática própria do Film Noir, onde os contrastes, a decadência e as personagens criam uma confusom para achegar-nos um pequeno território que podemos extrapolar com aquele que habitamos na rotina diária.

Jose Romay toma a gramática visual dos New Topographics americanos para fazer um documental que nos expóm um território bem diferente ao que sai nos postais da zona turística na que ele mora, onde a cor cinza do cimento e o verde do mato nom têm limites diferenciadores, e o rural e o industrial se confunde banhado por uma luz californiana que edulcora a dureza das suas fotografias.

Eva Díez, com uma linguagem muito mais evocadora, brinca com as imagens criando cenas oníricas e trata de resgatar a memória a través de vivendas das que só quedam ruínas.

Além dos Prêmios podemos ver como dialogam outros trabalhos como o da Marta Moreiras que documenta non só o território galego, também outros relacionados pela perspectiva da identidade. Se calhar onde se mostra claramente como nos influi o entorno é nas imagens de Damián Ucieda que encena sem vergonhas todo um desconforto, um berro acoutado para criar imagens que enervam á espectadora.

Um trabalho mais íntimo e feito no entorno mais próximo, o da sua casa materna no rural profundo é o do Luís Barreiro, o mesmo rural que fotografa Luis Díaz Díaz a través dos palcos de música em decadência que nada nos falam das festas que puderam ter.

Podemos acabarmos na carga conceptual que aporta Carla Andrade na obra que vai construindo no seu vagar errante, que fotografa desde um pensamento filosófico que faz uma constante procura do íntimo que extrapola ao pensamento universal.

Vítor Nieves. Curador da exposición

Território Expandido na Coruña.
Vítor Nieves fala da exposición no Parrote da Coruña para o Zigzag da TVG
Documental – memória do Território Expandido na Coruña.


Território Expandido em Braga (Portugal). Festival Encontros da Imagem.

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