«A MEMORIA DO PAPEL» é o nome do proxecto conxunto das dúas autoras. Para esta mostra escolléronse imaxes de dúas series fotográficas diferentes nas que as artistas documentan a xeito de bitácora íntima a súa vida cotiá a través dunha sorte de imaxes domésticas nas que nos falan da relación desde o plano emocional, cunha suave linguaxe de diario persoal no que debullan rutinas e costumes. Desde a curadoría quixemos levar este traballo íntimo ao exterior contrapondo as chaves coas que traballan as autoras coa abertura e democratización que dá un parque no centro da cidade, xogando así co lema DENTRO/FÓRA, fío que conceptualiza as exposicións da edición do Outono Fotográfico na que se enmarcou esta exposición.
O namorar vai nos olhos
eu não sei qual será meu
será bem amar a todos?
(Canção popular)
Cuando el amor llega así de esa manera… que diz outra canção. Mas como chega se vai. E vai levando consigo os restos de vida e morte, de principio e destruição.
Uma patada no estômago, esse órgão multifuncional que tanto serve para destruir como para renascer. Esse lugar onde guardamos o mais pequeno e o mais grande.
O amor se comporta com nós como nós nos portemos com ele.
Se o queremos agarrar contra a sua vontade maior será o fosso que deixe. Quanto mais queiramos esquecer mais presente estará. E assim… até o infinito… uma e outra vez… até aprender a lição.
A minha lição, a tua lição, a sua lição não é a mesma lição. Nem as mesmas professoras nem os mesmos livros. Acaso eu sei ler? Acaso tu sabes escrever? Acaso saberei ler o que escreves?
Analfabetas emocionais.
E nada. Não sabemos nada. Quando nos achega o abandono estamos como ao princípio. Como quando estavas no berço chorando e a mãe não acudia.
Analfabetas emocionais.
De costas à realidade ou frente a ela o lugar é incómodo. Sangra e supura. Buscando a origem da coitelada, da punhalada. Nas costas ou na frente. Sangra e supura. Quando voltas ao horizonte horizontal. Sangra e supura. Ainda não está fechada. Nem na frente nem nas costas. Toda tu és sangre e pus. Lixo necessário para continuar.
Analfabetas emocionais.
O preto virou cinzento. Não te vaias tornou deixo-te ir. Queda-te comigo tornou deixa-me sozinha. A exclusividade tornou-se promiscua. A soidade sanação.Quem sabe como será a minha vida sem ti? Agora vou saber. Lambendo o açúcar do presente para um diabético futuro.
Natália G. Devesa. Curadora
+info das autoras: lamemoriadelpapel | islaura.com | www.luaocana.com