Ferreirinha, o nome necessário para uma homenagem tardia.

PONTE DA FERREIRINHA é um bom nome para homenagear uma destacada mulher empresária e trabalhadora num mundo de homens.

Até ao final de 2025 surgirá —previsivelmente— uma nova ponte sobre o rio Douro que servirá o Metro do Porto, peões e bicicletas, que ligará o Campo Alegre, no Porto, à Arrábida, em Gaia, com a futura linha Rubi. As autoridades abriram um processo de seleção do nome dessa ponte através da participação cidadã.

A Ferreirinha (Antónia Adelaide Ferreira) foi neta do galego Pedro Gil Gargamala (Galiza 1750-1838) quem, segundo as referências que possuem no arquivo da Casa Ferreira, é «um galego (nunca se lhe chama espanhol) estabelecido na Régua, pelo menos desde 1783».

Uma mulher que ficou na memória dos durienses pelo seu lado filantrópico ao auxiliar a lavradores arruinados e ajudar a edificar diversas obras sociais. Altiva com os poderosos, caridosa com os pobres, empreendedora e arrojada muito preocupada pelos trabalhadores e as suas famílias, num tempo em que os direitos eram apenas a maquia transformada num quartilho de vinho por dia.

Mas não só. É uma oportunidade de homenagem também aos e às galegas sem as quais o Douro que hoje conhecemos não seria tal, pois a arrebatadora paisagem duriense, esculpida de socalcos, é também moldada por mão de obra galega.

Que tínhamos os e as galegas relações de trabalho com a Região Demarcada do Douro é de velho conhecimento. Já no Livro Tombo do Mosteiro de Celanova reflete-se a emigração temporária de centenas de galegos destas comarcas ourensãs para as vindimas do Douro, em toda a centúria do século XVIII, que fizera que a obtenção de estes rendimentos de trabalho situassem à comarca como a segunda mais povoada da Galiza. Em 1823, na Quinta das Figueiras, em Numão, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, planta uma vinha António Bernardo Ferreira (tio de Antónia Ferreira) «onde trabalha diariamente uma empreitada de mais de 100 galegos».

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