OLEIROS. Castelo de Santa Cruz, do 16 de novembro ao 16 de decembro.
INTERCAMBIO FESTIVAL iNstantes, PORTUGAL.
PROXECCIÓN
Carvalhal
Eram 105 Km de linha férrea que desapareceram em toda a sua extensão.
Com o saque do ferro, e o abandono dos edifícios, a pilhagem instalou-se ao longo da via… A vegetação tomou conta do troço colectivo, quando não o fizeram os locais para aumentar um pouco de terreno às suas propriedades, autarcas criativos que se apoderaram do traçado serpenteante para construir ciclo vias inúteis, intempéries que fizeram desabar taludes ou gargantas talhadas na rocha.
Os edifícios foram esventrados, ruíram em alguns casos, ocupados por gentes que neles instalou armazéns agrícolas ou rebanhos de ovelhas… Muitas pedras talhadas estão agora noutras construções, modernaças, privadas, e de gosto duvidoso…
Quando nos movemos pelo Planalto Transmontano e olhamos para o estado em que se encontra todo este património, não é fácil ficar indiferente. È uma dor de alma, um nó no estômago, uma revolta imensa; e este não é exemplo único daquilo que está a ser destruído em Portugal em nome do «progresso».
O comboio já não passa aqui…
Já não há bulício nas estações, não há fumo nem o cheiro a hulha queimada pelas redondezas, não se sente o som das locomotivas…
Restam-nos algumas fotografias para imaginar a vida de uma linha morta.
Luis Raposo
Rabatejo 1952
Luís Raposo nasceu no sul de Portugal numa vila das lezírias em 1952. Muito jovem passou a residir na cidade do Porto e aí cumpriu a escolaridade e os cursos de Artes Decorativas, estudos de Pintura da ESBAP, Fotografia e a formação de Projectista de Arquitectura.
Professor de Desenho no ensino oficial desde 1978, foi frequentando acções de formação em Teatro, Design Gráfico e de Mobiliário, desenvolveu projectos em Fotografia, tanto Documental como Conceptual, criou e administrou a Galeria “Manifesto” em Chaves e em 1997 desvinculou-se do contrato com o Estado português.